Golden Corral

Como eu havia comentado em outro post, estava tudo resolvido para irmos trabalhar em Ohio, no estoque da loja de brinquedos Toy'R'Us. Mas no dia 01 de outubro recebermos um e-mail do pessoal da TravelMate avisando que o empregador não preenchia os requisitos necessários para o programa de Work & Travel e teve que cancelar nossa vaga.

Levamos um susto, ficamos preocupados, mas gostamos bastante da nova oferta de trabalho. Que seria no Restaurante (um tipo de Fest food na verdade) Golden Corral, em Lebanon, Pennsylvania. A cidade é grande, tem um shopping junto com o restaurante, pertinho de New Yorque, New Jersey e Philadelphia.

Como já havíamos feito antes, começamos a pesquisar tudo de novo. Sobre a cidade, distancias entre as cidades mais conhecidas e maiores, shoppings, lojas, etc.. E desta vez iria uma menina com a gente, trocamos e-mail, tudo preparado quando... mais uma vez... teríamos que trocar de emprego de novo.

Ficamos bem chateados, pois adoramos a vaga, perto de tudo, super localizado, mas infelizmente o empregador ficou com medo de não conseguir um número de horas suficientes nem para que conseguíssemos pagar o aluguel, por causa da baixa do movimento. 

Infelizmente tivemos que trocar de emprego mais uma vez e ficamos bem mais assutados e preocupados..

Chegou o passaporte...

Após a entrevista no consulado Americano quem consegue o visto paga a taxa do Sedex e tem que esperar ansiosamente entre 6 a 10 dias uteis (ou até mais que isso) pra receber o tão sonhado passaporte carimbado. 

Como eu já havia comentado no post anterior, aplicamos a entrevista no dia 17/11 então a data mínima para recebermos os documentos em casa seria 28/11. Pois quinta-feira foi feriado americano (Ação de Graças) e o consulado não trabalha. Mas nem nos empolgamos com essa data.. Estávamos esperando o sedex só pro décimo dia útil. 

E não é que ele chegou dia 26/11 sexta-feira! Cheguei em casa 13h e lá estava ele, embaixo do Papai Noel de pelúcia que fica na minha cama, esse detalhe (que a minha prima Sá preparou de surpresa) eu nem percebi, só peguei o envelope do Sedex e fui rasgando.. E lá estava ele.. Meu passaporte carimbado.. Será que dei pulos de alegria?? 

O sedex do Pucah chegou uma hora depois do meu.. ele já tava até nervoso, achando que poderia ter acontecido alguma coisa, mas provavelmente o carteiro fez uma pausa pro almoço (rss).

Agora sim.. tudo preparado. Passaporte carimbado na mão, já compramos as passagens, agora é só aguardar ansiosamente o dia 07/12 chegar...

Visto...

Depois de planejar toda a viagem, pagar os pacotes, ter o local garantido pra trabalhar, fazer vários planos, ainda faltava tirar o visto. Sem ele é impossível entrar nos EUA legalmente. E com o visto negado todo o planejamento da viagem vai por água abaixo e o sonho de fazer intercambio tem que ser adiado...

Nossa entrevista foi marcada para o dia 17/11 (quinta passada). Saímos de Floripa  na quarta de noite e fomos de Van. Na quarta de manhã acordei as 05:30 sem sono nenhum.. Fui pro estágio e nem consegui tomar um copo de chá... O nervosismo tava enorme.. a dorzinha da ansiedade tava na boca do estomago... Isso porque nos só iriamos viajar as 19h. O nervosismo era tanto que eu fiquei o dia todo off não conseguia fazer nada... Deixei tudo pra cima da hr.. Comecei a me arrumar 10 pras 18h. E pra ajudar quando chegamos no Largo da Alfandega pra pegar a Van lembrei que tinha esquecido as fotos (minha e do Pucah) ele queria me matar né. A sorte que o pai dele levou correndo pra gente. E então partimos...

Como todo mundo fala que a entrevista pra nossa modalidade de visto (J1) é em Inglês, nos já havíamos nos preparado com a nossa Professora (Lu) com aulas especificas, e eu ainda juntei algumas perguntas que outras pessoas falaram que seriam feitas e fui estudando no caminho. A Lu até me ligou pra tirar algumas dúvidas de ultima hora e ver se o inglês tava afiado.. O inglês tava, mas o nervosismo não... =/

Passei a noite em claro, não só pelo visto, mas também porque não gosto de viajar de noite, além de ser bastante desconfortável, tenho muito medo do transito. Então, enquanto o pessoal dormia eu ia pensando como seria se a gente não passasse, ou se só eu ou o Pucah passasse... O nervosismo só estava aumentando...

Chegamos no Consulado em SP por volta das 5:30 da manhã do dia 17. Ficamos um pouco na Van organizando os documentos e dando um tempo. Pois, apesar de já ter uma filinha, o consulado só abre as 7h, e nossa entrevista tava marcada para as 7:30.

Umas 6 e pouco fomos pra fila.. E eu tava quase chorando de nervosismo... (rss) A fila já estava bem grande quando o Consulado abriu.... Assim que entramos (sempre seguindo uma linha no chão) nossos documentos são conferidos e carimbados e em seguida passamos pelo Detector de metais e raio X. 

Depois disso seguimos mais uma linha até mais uma conferência de documentos onde eles entregam uma senha para as digitais. Essa parte achei bastante desorganizada, pois eles entregam as senhas em ordem mas não chamam em ordem, chamam aleatório e isso bagunça um pouco. 

Mesmo assim fui a primeira do nosso grupo a ir tirar as digitais, depois disso vamos para mais uma fila onde ocorrem as assustadoras entrevistas, Quando cheguei deveria ter umas 30 pessoas na minha frente ou até menos.. Com a tenção e o nervosismo fica difícil guardar os detalhes sabe!

E a minha vez chegou bem rápido, meu coração parecia que ia sair pela boca, ou até mesmo pelo peito rasgando tudo. Nunca fiquei tão nervosa na vida. Mas dai o Homem que me entrevistou falou com  um sotaque super Americano Bom dia. E eu fiquei mais tranquila de repente.

Em português mesmo, ele me perguntou pra onde eu ia, e que curso fazia, e eu tão nervosa respondi em inglês (rss). Depois em inglês me perguntou a quanto tempo eu estudava inglês, então pedi pra ele falar mais devagar (em inglês) e ele foi super simpático repetindo a pergunta em português. Também me perguntou o que eu ia fazer lá, quando que iria me formar, se eu já tinha ido pra lá e se eu sabia alguma coisa sobre o Estado pra qual vou (isso tudo em inglês) A ultima pergunta respondi dizendo que é um lugar muito frio e com muitas fazendas. Ele riu (ufaaa) e disse de novo com o sotaque engraçado: SEU VISTO FOI APROVADO!!!

Em seguida ele confirmou uma digital e me mandou seguir mais uma linha para pagar a taxa do SEDEX (43,0)  Quando eu estava saindo da minha entrevista o Pucah estava entrando na fila pra ser entrevistado. Eu não sabia se ria ou chorava, mas quando vi ele só consegui rir e confirmar que passei. Eu sai do consulado 8:30, fiquei mais ou menos uma hora e meia em função do visto. 

Os 09 que foram com a gente na Van também passaram, O Pucah foi o ultimo a sair, isso já era 9h.. Dai sim quando vi ele se dirigindo pra fila do sedex me tranquilizei. E ai pude comemorar... Nessa altura do campeonato já estávamos todos super amigos (rss) combinando viagens e tudo e pra comemorar brindamos com uma cervejinha bem gelada.. (hehehe) Super merecida né?

Além das perguntas que me fizeram, pros meninos fizeram outras: O que os pais fazem, quanto os pais ganham, qual a comida preferida e até qual  cor preferida. A maioria das entrevistas foram meio português e meio inglês, algumas foram todas em português. Todos acharam super tranquilo. Também percebemos que o horário favorece um pouco. Chegar cedo é bom.. Da pra perceber que chega uma hora eles resolvem negar vistos, e acontece muito sem ter um motivo.

Mas o importante é que nosso visto ta na mão e agora com mais ansiedade, temos que esperar nosso passaporte chegar...

Toy'R'Us

No mês de agosto começaram a surgir várias vagas de emprego. Mesmo nosso nível de inglês não sendo o indicado queríamos participar de alguma feira de recrutamento pra tentar conseguir alguma coisa. 

Mas no dia 17 de agosto recebemos um e-mail da TravelMate com uma vaga de emprego para trabalhar de empacotador e selecionador de brinquedos no estoque da Toy'R'Us em Groveport, Ohio. 

Não precisaríamos fazer teste de inglês, apenas seriam analisados os currículos, os interessados deveriam responder o e-mail, mas apenas os 5 primeiros seriam automaticamente colocados na vaga. Imediatamente respondemos o e-mail e ficamos  aguardando a resposta.

Quase uma semana depois a resposta veio confirmando que a vaga era nossa, ficamos super felizes com a noticia. A partir dai começamos a fazer uma busca intensa sobre tudo que tinha em Groveport: mapas, distancias, shoppings, lojas famosas, etc. E também fizemos amizade com as outras 4 pessoas que também iriam trabalhar lá com agente. 

Infelizmente, quando já estávamos conformados com a vaga e tudo pesquisadinho veio a notícia de que o empregador não estava dentro das regras para receber estudantes de Work & Travel. Com isso nos trocaram de emprego e tivemos que começar tudo de novo.

Passaporte

Alguns países, como o Estados Unidos, exigem que para entrar em seu território é necessário possuir o visto. Para poder tirar o visto tem que ter passaporte. A solicitação é feita pelo site da Polícia Federal, no site da PF de cada estado, aqui em SC é nesse endereço: http://www.dpf.gov.br/servicos/passaporte/

Após preencher seus dados você deve agendar uma data e imprimir o boleto da GRU (Guia de Recolhimento  da União), que custou pra gente R$ 156,07. E aguardar a data para ir até a Polícia Federal. Aqui em Floripa fica na Beiramar.

Eu e o Pucah fizemos nossa solicitação no final de Abril, e conseguimos agendar para o dia 15 de Julho. Quase 3 meses de espera. No dia que fomos até a Polícia Federal, não demorou muito para sermos chamados. Lá eles verificaram o pagamento da GRU e nossa documentação (identidade, cpf, e comprovante de voto da ultima eleição). Depois digitalizaram todas as nossas digitais e bateram uma foto (se eu soubesse que iriam bater foto eu tinha no mínimo me maquiado), Depois disso precisamos aguardar 10 dias para pegar o passaporte. Nesse dia eles conferiram a digital e nos entregaram o bendito.

Com a baixa do dólar nesse ano muitas pessoas aproveitaram para fazer viagens internacionais. No dia que estivemos na Policia Federal a menina que me atendeu disse que quem estava fazendo a solicitação naquela época (Julho) só estava conseguindo agendar para novembro. Creio que para esse ano não tem mais data. Mas eles também atendem a emergências, não sei como funciona esse processo, mas creio que o valor da GRU seja maior.

Semana que vem estou indo para SP tirar meu visto pros EUA, vai ser o primeiro carimbo no meu passaporte. Espero que seja o primeiro de muitos ;)

Aprimorando o inglês...

Nunca tive muito interesse em aprender inglês, mas sempre soube que uma hora esse interesse teria que despertar de algum lugar. Comecei a me empolgar no ano passado quando dei inicio ao cursinho Extra da UFSC, claro que como eu sabia muito pouco, nem fiz o teste de nivelamento que eles oferecem, comecei na primeira fase mesmo.

Este ano, continuei o cursinho, cursando a segunda fase. Mas por causa da viagem eu e o Pucah (namorado) resolvemos que só o "Extra" não seria suficiente. Então começamos a procurar professores para termos aula de conversação.

A primeira experiência foi com um Americano que mal entendia português, nós entendemos melhor ele do que ele a gente. Mas infelizmente algumas coisas que precisávamos consultar a ele em português para poder aprender em inglês ele não entendia. Então não deu muito certo, resolvemos partir pro próximo.

A segunda experiência foi com um britânico que fala português bem e da aula em um cursinho e tal. O problema é que ele morava na Lagoa, então nós íamos até a casa dele, isso dava um pouco de trabalho, mas depois de alguns contratempos e mal entendidos vimos que também não daria certo.

No mês de Julho marcamos o slep test na empresa para saber qual nosso nível de inglês para que eles pudessem determinar quais empregos nos encaixar, já que as vagas já estavam começando a aparecer... E infelizmente o resultado não foi muito bom.. Ficamos como intermediário baixo, onde poucas vagas aparecem.

Com isso nos ofereceram 3 oportunidades: dinheiro de volta,  aguardar para viajar no ano que vem (final de 2012) ou tentar assim mesmo, ir estudando bastante pra passar no visto e rezar para que aparecesse uma vaga que não precisasse de entrevista. Adivinha o que escolhemos?? Obvio que a terceira alternativa. (hehehe)

Com isso nós desesperamos, precisávamos decidir se continuaríamos fazendo o extra (terceira fase) ou se ficávamos apenas com as aulas particulares, mas dai precisaríamos arrumar um professor muito bom..

Foi ai que falei com a Lu, professora que me deu aula no extra na segunda fase, e que me identifiquei muito.  Ela achou uma boa ideia, e se desdobrou toda para poder arrumar um horário pra mim e pro Pucah termos aula com ela. Ainda continuamos fazendo as aulas, vamos fazer até a partida, já que a preparação que ela está nos dando é super específica para a nossa viagem.

Alguns meses depois posso dizer que nosso inglês melhorou muito com a ajuda dela. E não posso deixar de agradecer você Lu, pela ajuda, determinação, paciência e carinho! Obrigadão...

Escolhendo a empresa

Como o Marlon já havia pego os programas das empresas não precisamos marcar reunião com todas elas novamente, só escolhemos a mais apropriada para o nosso perfil, e aquela que ouvimos bons comentários, já que dois amigos do Marlon viajaram por ela no ano anterior. Então fechamos com a TravelMate, no site deles vocês podem verificar como funcionam os programas de intercâmbio no exterior.

Primeiro fomos até a empresa para que eles me explicassem tudo que explicaram para o Marlon, mas eu queria saber de tudo nos mínimos detalhes e fomos atendidos pela Lívia, que por sinal nos atendeu muito bem.

Umas duas semanas depois voltamos até a empresa para assinar o contrato e fazer os pagamentos. Depois disso eles nos enviaram um monte de documentação que precisamos preencher, DS 160, currículo em inglês, duas cartas de recomendação de professoras da faculdade, etc.

Nesse mesmo período marcamos nossa data para pegar o passaporte, que foi marcada para 15 de Julho…

No próximo post irei contar sobre o nossas aulas de inglês.

Procurando emprego...

Após tomar a decisão de ir viajar junto com meu namorado (Marlon) meu próximo passo foi arrumar um emprego para poder pagar a viagem. Na época eu fazia estágio de 4 horas na Biblioteca do Sebrae/SC no período da tarde, então minha ideia inicial foi procurar alguma coisa de 6 horas no período da manhã, mas tinha que ser carteira assinada, já que a UFSC só permite estágio no máximo de 30 horas semanais.

Depois de umas duas semanas procurando alguma coisa, e nada de algum trabalho de 6 horas, tive a ideia de tentar pegar uma monitoria de alguma disciplina da facul que eu já tinha feito. E foi ai que comecei a ser monitora da Disciplina CIN5021 – Prática de tratamento da informação, onde continuo monitora neste semestre. Mas como nada vem de mão beijada, seria necessário que eu ficasse no período da tarde como monitora, já que minhas aulas são noturnas.

Tentei falar com minhas supervisoras no Sebrae, mas para elas seria inviável que eu trocasse de horário. Então com muito dó tive que procurar outro estágio que fosse no período da manhã. E o primeiro que apareceu caiu do céu, é onde estou até hoje, na FEESC/UFSC, trabalhando no projeto PNLP dentro do Laboratório de Transportes (LabTrans).

Com essas duas fontes de dinheiro fiz o cálculo e vi que daria para pagar a viagem. E também consegui ao longo do ano uns bicos de pesquisadora pela Fecomércio, que também ajudaram muito pra juntar a grana.

Agora com o estágio e a monitoria garantidos é hora de acertar com a empresa. Mas esses detalhes contarei no próximo post.

Como tudo começou...

A ideia de fazer intercâmbio foi do meu namorado (Marlon/Pucah).  Em fevereiro ele tocou no assunto pela primeira vez, comentando que alguns amigos estavam fazendo intercâmbio pela modalidade J1 (work & Travel) e como ele estava quase um ano juntando dinheiro pra comprar um notebook, poderia esperar mais um ano e juntar mais um pouco de dinheiro pra fazer a viagem, que sempre foi uma grande vontade dele…

De início a ideia era de apenas ele ir, já que a pessoa que vos fala não tinha nem R$ 100,00 no bolso, e seria quase impossível juntar mais de R$ 5mil em menos de um ano….

Então a ideia do Marlon se concretizou, ele começou a pesquisar as empresas, ver os valores, e passou a falar da viagem o tempo inteiro… E eu passei a imaginar como seria ficar quase 4 meses longe do meu namorado, e também pensando a oportunidade única que eu estava perdendo, já que esse é meu último ano de faculdade. Quanto mais eu pensava mais eu entrava em desespero, tudo que lembrava o bendito Estados Unidos me fazia pensar e até a chorar…

Na semana que o Marlon visitou as empresas e pegou os programas de viagem de cada uma foi o estopim da minha decisão, ver ele ali todo feliz comentando os programas, qual empresa ele ia fechar, etc. me fez ficar mais triste, não por ele estar indo, e sim por ficar 4 meses longe e não poder ir junto. Até pensamos em terminar o namoro de quase 5 anos na época.

Então num domingo de março o Marlon disse pra mim ir com ele… E a partir dai quem passou a falar da viagem o tempo inteiro foi eu. Mas como eu disse, eu não tinha nada de dinheiro, ia ter que precisar arrumar um emprego melhor, pois meu estágio que me pagava apenas 600 por mês não seria suficiente….

Mas o que aconteceu depois eu conto no próximo post…